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Homens, quanto tempo faz que não choramos!

Texto bem bacana da Revista Trip, escrito pela Letícia Gonzalez:

O modelo de masculinidade ainda é baseado em expressar potências e esconder imperfeições e angústias. Isso não faz mais sentido

A cena é comum nos grupos de reflexão coordenados pelo psicólogo Carlos Zuma, no Rio de Janeiro. Numa sala cheia de homens reunidos por 1 hora e meia, tem alguém que chora primeiro. Aí, conta Zuma, o desconforto é palpável. "Um levanta para pegar um café, outro se mexe na cadeira, outro puxa conversa com o cara ao lado." Especialmente nos primeiros encontros, a pauta geral é incômoda — o que é, afinal, ser homem hoje? A portas fechadas, ideias de macheza e pressão social vêm à tona. Lembranças de infância se misturam a memórias recentes, como as das agressões que eles próprios cometeram. É que a maioria chega ali via juizado de violência doméstica; outros poucos por exigência da mulher e uma minoria por vontade própria. Mas o que os faz participar é outra coisa. A saudade dos filhos, a perda da mulher que amam e a noção da dor causada levam a uma só conclusão. É preciso ser macho de outro jeito.

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